segunda-feira, 20 de junho de 2016


 Praça Zocalo, Cidade do México
Ruinas do Templo Mayor Asteca, próximo à praça Zocalo

CIDADE DO MÉXICO

Existem cidades que respiram história e parece que iremos topar com algum antepassado na próxima esquina. E por mais desfigurada que seja, por suas guerras e pelos soterramentos dos conquistadores, seus espaços emergem do passado em pedras bem assentadas e ruas traçadas. A Cidade do México é um claro exemplo dessa arqueologia das cidades, mostrando as cicatrizes dos colonizadores ao dizimarem uma cultura e imporem uma nova cidade sobre a precedente. A cidade se apresenta em diversas pedras, onde as culturas e histórias se sobrepõem. É uma cidade em camadas.....Essa é a impressão primeira que senti ao caminhar na cidade do México
Caminhamos séculos depois da ocupação da região no século XIV (1325), que se deu nas ilhas do grande lago Texcoco e onde brotou a civilização Asteca, com a cidade de Tenochtitlan. As estradas sobre o charco ligavam as ilhas e continham canais, um sistema de diques, jardins, plantações e templos. A cidade colonial espanhola (1523 a 1818) foi aterrando todo esse traçado pluvial Asteca e emergindo com um novo território, como a grande Praça Zocalo e o traçado cartesiano de ruas que saiam desse espaço central.
As ruas atuais seguem uma lógica do explorador espanhol e a tentativa de esconder o passado Asteca não teve completo sucesso, pois ainda brota pedaços dessa civilização antiga através das pedras do Templo Mayor, perto da Praça Zocalo. As pedras dos Astecas serviram para aterrar o seu passado e construir a nova cidade colonial espanhola, mas ainda carregam a energia desse povo guerreiro.

É no caminhar das pessoas, do cheiro dos quitutes das ruas, dos olhos negros como Cenotes, das faces traçadas como a brotar das pedras dos templos que reconhecemos os mexicanos e mexicanas. Os Astecas ainda vivem hoje sob esse sol e a cidade, mesmo com outros traços e ruas, ainda guarda os espíritos do povo.

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