Praça Zocalo, Cidade do México
Ruinas do Templo Mayor Asteca, próximo à praça Zocalo
CIDADE DO MÉXICO
Existem cidades que
respiram história e parece que iremos topar com algum antepassado na próxima
esquina. E por mais desfigurada que seja, por suas guerras e pelos soterramentos
dos conquistadores, seus espaços emergem do passado em pedras bem assentadas e
ruas traçadas. A Cidade do México é um claro exemplo dessa arqueologia das
cidades, mostrando as cicatrizes dos colonizadores ao dizimarem uma cultura e
imporem uma nova cidade sobre a precedente. A cidade se apresenta em diversas pedras,
onde as culturas e histórias se sobrepõem. É uma cidade em camadas.....Essa é a
impressão primeira que senti ao caminhar na cidade do México
Caminhamos séculos
depois da ocupação da região no século XIV (1325), que se deu nas ilhas do
grande lago Texcoco e onde brotou a civilização Asteca, com a cidade de
Tenochtitlan. As estradas sobre o charco ligavam as ilhas e continham canais,
um sistema de diques, jardins, plantações e templos. A cidade colonial
espanhola (1523 a 1818) foi aterrando todo esse traçado pluvial Asteca e
emergindo com um novo território, como a grande Praça Zocalo e o traçado
cartesiano de ruas que saiam desse espaço central.
As ruas atuais seguem
uma lógica do explorador espanhol e a tentativa de esconder o passado Asteca
não teve completo sucesso, pois ainda brota pedaços dessa civilização antiga através
das pedras do Templo Mayor, perto da Praça Zocalo. As pedras dos Astecas
serviram para aterrar o seu passado e construir a nova cidade colonial
espanhola, mas ainda carregam a energia desse povo guerreiro.
É no caminhar das
pessoas, do cheiro dos quitutes das ruas, dos olhos negros como Cenotes, das faces
traçadas como a brotar das pedras dos templos que reconhecemos os mexicanos e
mexicanas. Os Astecas ainda vivem hoje sob esse sol e a cidade, mesmo com
outros traços e ruas, ainda guarda os espíritos do povo.
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