sábado, 28 de dezembro de 2013

Água ou energia

abril 24, 2003 by   
*Antônio Chalhub

O recente questionamento da comunidade do município de Domingos Martins sobre a construção de uma hidrelétrica na região deve servir de alerta para que todos tratem deste problema com mais cuidado. Alguns aspectos importantes devem ser ponderados e afetam não só os moradores do município de montanha, mas também a população da Grande Vitória. Isto porque o uso da água para produzir energia poderia comprometer o abastecimento da região metropolitana no futuro.

Para justificar um progresso, hoje, estar-se-ia inviabilizando ou encarecendo o consumo humano da água na metrópole e estrangulando o desenvolvimento.

A ação do homem provoca sérios distúrbios no meio ambiente. E uma das mais impactantes é a construção de represas para geração de energia. A água para o consumo humano tem características qualitativas, físicas e biológicas, diferentes daquelas para sua utilização em represas de geração de energia. Ou seja, água de beber é uma, e de turbina elétrica é outra coisa.

A represa para construção de hidrelétrica requer um volume muito maior de água do que o necessário para abastecimento de populações. Isto provoca também a inundação de grandes áreas de florestas com mudanças ambientais para a região, provocando alterações na composição e qualidade das águas. As matas têm taxas de transpiração muito elevadas e são mais significativas para a manutenção da umidade atmosférica do que os lagos. Algumas mudanças climáticas devem ocorrer em função de alterações no ciclo hidrológico do rio. Ou seja, o dano cheap prescription drugs without prescription ambiental e humano na má gestão deste recurso hídrico pode ser mais prejudicial do que os possíveis benefícios do propalado progresso.

Não se pode viver sem água de beber e o crescimento econômico do Estado não pode prescindir de energia. O uso da água deve levar em consideração, principalmente, o fato de que este é um bem social e propriedade da sociedade.

Não se deve permitir que o progresso a todo custo inviabilize o uso da água para o consumo humano. Portanto, é necessária uma arbitragem institucional com a legitimidade dos governos democraticamente eleitos e com a racionalidade de se buscar o bem comum. Urge, pois, de uma política estadual de planejamento para o uso dos recursos hídricos que garanta a preservação ambiental, o uso sustentável e a socialização deste bem da natureza essencial à vida.

Estas são, pois, questões que devem ser estudadas, discutidas e fundamentadas para que o Governo estadual tome uma decisão acertada hoje buy cialis usa e para todo o futuro, promovendo o desenvolvimento sustentável com responsabilidade social.

*Antônio Chalhub é arquiteto e urbanista, especialista em Planejamento

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